Sobre

ESPAÇOS DO MUSEU: UM INTINERÁRIO A PERCORRER

Situado num ambiente urbano com tantos desafios, o Museu Sagrada Família, deseja apresentar um caminho que responda aos grandes desafios da evangelização nos dias de hoje. A intenção é que o Museu seja um espaço para evangelizar num mundo em constante mudança, apresentando um caminho a partir do diálogo entre educação da fé e arte. Desta forma em sua origem, o Museu foi projetado seguindo um itinerário que propõe a educação da fé. Ao entrar o visitante passa pela experiência do querigma, ao percorrer galerias e biblioteca o visitante terá a possibilidade de aprofundar temas da vida/fé através da arte e do caminho percorrido. O seu caminho se encerra quando adentra o espaço litúrgico/mistagógico onde a comunidade celebra a fé cristã. Todo o caminho é feito ao redor do espaço onde celebramos nossa fé. O que queremos dizer, é que todo o itinerário deve ocorrer ao redor da pessoa de Jesus Cristo, centro da fé cristã. Desta forma, desejamos que o Museu seja um lugar de educação da fé.

O Museu Sagrada Família – Catequese e Arte, é um espaço de diálogo entre educação da fé e arte. A fé precisa de espaços concretos de manifestação da Beleza. A catequese por sua vez tem a missão de educar a fé, desta forma a arte como expressão da alma humana é mediadora na ação catequética.

Compreende-se, assim, porque a Igreja está especialmente interessada no diálogo com a arte e quer que se realize na nossa época uma nova aliança com os artistas, como o dizia o meu venerando predecessor Paulo VI no seu discurso veemente aos artistas, durante um encontro especial na Capela Sistina a 7 de Maio de 1964. A Igreja espera dessa colaboração uma renovada “epifania” de beleza para o nosso tempo e respostas adequadas às exigências próprias da comunidade cristã.

Museu Sagrada Família é um espaço poético, lugar onde a criatividade e espontaneidade encontram um asilo para expressar-se. A poesia exige descanso, silêncio, contemplação, experiências profundas. É através da Beleza que a pessoa traduz de forma poética os sentimentos mais profundos de sua alma. Como espaço poético, mistagógico, orante, o Museu é o lugar da criatividade. É o lugar do lúdico, onde cada um precisa brincar de viver ou viver intensamente explorando todos os sentidos, tirando todas as amarras e deixando que a vida o conduza. Precisamos ser criativos e entender que não existe criatividade sem erro, é preciso correr o risco. A fé exige de nós criatividade, ela nos leva a correr o risco de perdermos a vida para reencontrá-la.

O Museu é uma porta que se abre para nos conduzir ao santuário da vida, das reflexões mais profundas sobre arte, Beleza, fé, catequese, educação. É uma porta que nos conduz a ambientes capazes de iluminar nossa alma e nos ajudar a parir nós mesmos. Pois, nascemos e morremos a cada dia. O itinerário de educação da fé é uma prática cristã católica que se divide em tempos, fases e celebrações. O que propomos, é organizar o Museu dentro dos 4 tempos:

a) Querigma (Capela do Museu): Onde o iniciante é convidado a despertar para uma primeira aproximação e encantamento com a Pessoa de Jesus Cristo. Tempo que precede o processo de educação da fé.

b) Catecumenato (Galeria 1 Arte e vida; Galeria 2 São José de Anchieta; Espaço Cláudio Pastro): Tempo mais longo no processo de educação da fé. Dedicado ao aprofundamento, ensino e reflexão dos conteúdos da fé cristã através de várias expressões artísticas. Este tempo está estruturado em fases, celebrações e eixos temáticos. Nele, o visitante, catecúmeno ou catequizando é convidado a conhecer e experimentar os principais aspectos da fé cristã através de exposições temporárias.

c) Iluminação e Purificação (Espaço Psicopedagogia Catequética): É o terceiro tempo. Nele o catequizando, já introduzido na experiência cristã e desejando tornar-se discípulo, é eleito pela comunidade eclesial para a iniciação sacramental. O eleito fará uma experiência de amadurecimento espiritual cuja finalidade é iluminar e purificar a mente e o coração para uma experiência do Mistério Pascal através dos sacramentos. O espaço do Museu dedicado a este tempo, apresenta um grande painel que reflete os estágios da fé ao longo da vida, envolvido nos sacramentos da Iniciação à Vida Cristã (Batismo, Crisma e Eucaristia).

d) Mistagogia (Espaço Coro-Igreja): É o quarto tempo. É o tempo litúrgico por excelência. Recomenda-se que seja vivenciado ao longo do Tempo Pascal. Iluminados pelos sacramentos recebidos, os iniciados (neófitos) são chamados a vivenciar a salvação oferecida por Deus na liturgia comunitária, fonte para a missão na Igreja e na sociedade. O visitante do Museu após percorrer o itinerário é convidado a passar pela porta da fé e adentrar o ambiente da mistagogia, é inserido no mistério.

O Museu Sagrada Família é um projeto comunitário, o museu da família, da família humana que nos centros urbanos precisa de um lugar para o silêncio, a reflexão, o reencontro consigo mesma e com Deus. Deus nos fala a todo instante, muitas vezes a arte é uma forma de Deus falar conosco. O Museu Sagrada Família é em sua origem um espaço para se ouvir a voz de Deus. Um epaço para o diálogo que nos faz ter a certeza de que, enquanto o ser humano continuar criando, Deus estará presente na História. Somos artistas, artífices. Deus é criador, cria do nada, do vazio.

Contudo, percebemos que a Igreja precisa encontrar meios criativos para evangelizar. Entendemos que o Museu pode contribuir através da arte/catequese nessa missão. Pois,

para transmitir a mensagem que Cristo lhe confiou, a Igreja tem necessidade da arte. De fato, deve tornar perceptível e até o mais fascinante possível o mundo do espírito, invisível, de Deus. Por isso, tem de transpor para fórmulas significativas aquilo que, em si mesmo, é inefável. Ora, a arte possui uma capacidade muito própria de captar os diversos aspectos da mensagem, traduzindo-os em cores, formas, sons que estimulam a intuição de quem os vê e ouve. E isto, sem privar a própria mensagem do seu valor transcendente e do seu ar de mistério.  

Siga-nos